Repórter São Paulo – SP – Brasil

Andrea Beltrão estreia ‘Lady Tempestade’ no Teatro Poeira em Botafogo, peça que relembra a ditadura militar.

A icônica atriz Andrea Beltrão, aos 60 anos de idade e com quatro décadas de experiência nos palcos, estreia nesta quinta-feira no Teatro Poeira, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro, a peça “Lady Tempestade”. O espetáculo, dirigido por Yara de Novaes e com texto de Silvia Gomez, é uma homenagem à advogada Mércia Albuquerque, defensora de 500 presos políticos durante a ditadura militar.

A peça examina trechos do diário recém-publicado de Mércia, intitulado “Diários de Mércia Albuquerque: 1973-1974”. Neste ano, completam-se seis décadas do golpe civil-militar, mas Andrea ressalta que a importância do tema da peça não se limita à data comemorativa. Ela destaca que no ano passado, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram a sede dos três poderes em Brasília, em um ato com conotações golpistas.

Segundo Andrea, a realidade autoritária ainda persiste no Brasil, refletida na violência cotidiana, no racismo estrutural e na falta de punições para os responsáveis pelos crimes cometidos durante a ditadura militar. Ela expressa alívio com a presidência de Lula e destaca a importância da ascensão de Margareth Menezes como ministra da Cultura.

A peça, que conta com a participação do filho mais velho de Andrea, Francisco, promete uma abordagem emocionante dos momentos recordados no diário de Mércia. Andrea valoriza o teatro como forma de preservar a memória e contribuir para a reflexão social.

Além de seus trabalhos nos palcos, Andrea também possui uma carreira marcante na televisão, tendo participado de diversas produções, como “Rainha da Sucata”, “Pedra Sobre Pedra” e “Mulheres de Areia”, além de se destacar no seriado “Tapas & Beijos”. Ela também busca levar a série para as telonas.

Em meio a uma vida dedicada à arte, Andrea Beltrão demonstra seu amor pelo Brasil e seu orgulho em morar no país. Ela reforça que a televisão foi fundamental para sua vida, permitindo-lhe também investir em um teatro sem apoio de leis de incentivo. A atriz, que respira cultura, mantém viva a chama do teatro e contribui para a preservação da memória e da história.

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