Anatel lança sistema de identificação de chamadas para combater golpes de estelionatários em todo o país.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que nos próximos dias colocará em funcionamento um sistema de comunicação entre as operadoras que permitirá a identificação do autor de uma ligação, mesmo que o contato não esteja salvo. Esse sistema, denominado “origem verificada”, visa combater as fraudes realizadas por estelionatários que se passam por empresas, como os Correios, Caixa Econômica Federal e outros bancos, para solicitar transferências via Pix.

De acordo com uma pesquisa do Datafolha, os golpes por meio de ligações e mensagens falsas são os mais comuns no país, com altos índices de tentativas por hora. A Anatel estima que cerca de 500 empresas de telemarketing são responsáveis por 80% do tráfego de chamadas fraudulentas.

As maiores operadoras do setor já planejam aderir à ferramenta de identificação de chamadas, que permitirá ao usuário ver na tela do celular o nome da empresa que está ligando e o motivo da chamada. No entanto, o funcionamento da ferramenta estará condicionado ao aparelho do cliente, sendo necessário acesso à rede 4G ou 5G. As operadoras informam que os interessados em ativar o serviço de “origem verificada” devem procurá-las para obter mais informações.

Para a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), a tecnologia permitirá separar as empresas sérias dos golpistas, trazendo maior transparência na relação com o consumidor. A Anatel tem intensificado suas ações contra as falsas centrais telefônicas, recomendando a suspensão imediata de linhas suspeitas de fraude.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, ressaltou que o aumento do número de operadoras no mercado foi resultado de um processo de abrandamento regulatório para incentivar a concorrência. No entanto, esse cenário também trouxe desafios no combate às fraudes, com golpistas aproveitando a fragilidade de empresas menores para obter acesso a números telefônicos e realizar suas ações fraudulentas. A tecnologia de “origem verificada” surge como uma resposta a esse cenário, buscando proteger os consumidores e combater as práticas criminosas no setor de telecomunicações.

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