Calandrin destaca que o primeiro-ministro israelense tem se mostrado bastante inflexível em relação à questão palestina. Netanyahu, em sua gestão, tem adotado políticas cada vez mais agressivas contra a população palestina, realizando bombardeios e operações militares de grande escala na Faixa de Gaza. Além disso, Calandrin aponta que há uma retórica incitando ao ódio e à violência por parte do governo israelense, o que dificulta qualquer avanço nas negociações.
Já o grupo Hamas, segundo a especialista, também dificulta uma resolução pacífica para o conflito. Classificado como uma organização terrorista por vários países, o Hamas tem realizado ataques contra Israel, utilizando-se de mísseis e incitando a população palestina a se levantar contra o Estado israelense. Calandrin ressalta que, para o Hamas, a luta armada e a resistência são as únicas formas de enfrentar a ocupação israelense, o que limita as possibilidades de diálogo e negociação.
A especialista ressalta que a situação se torna ainda mais complicada pelo contexto político em ambos os lados. Netanyahu enfrenta críticas internas em Israel, com acusações de corrupção, e busca fortalecer sua posição, adotando uma postura de linha-dura frente ao conflito com o Hamas. Por sua vez, o grupo terrorista também busca se consolidar como representante da causa palestina, o que passa pela manutenção do conflito com Israel.
Diante desse cenário, a doutora em relações internacionais afirma que é necessário o envolvimento de mediadores neutros e o esforço da comunidade internacional para tentar encontrar uma solução para o impasse. Calandrin destaca que é preciso buscar um equilíbrio entre as demandas de ambos os lados, garantindo a segurança de Israel, assim como os direitos e a autonomia dos palestinos.
No entanto, a especialista acredita que, enquanto Netanyahu e o Hamas estiverem no poder, a perspectiva de paz é praticamente nula. Ambos os lados estão mais interessados em fortalecer suas posições políticas e em reforçar seus discursos de confrontação do que em buscar uma solução pacífica e duradoura para o conflito. Enquanto isso, a população israelense e palestina continua sofrendo as consequências desse impasse, com ataques, violência e mortes.