Diversas propostas foram eliminadas da análise, como a nº 5 da seção sobre Reforma Econômica, que menciona o incentivo ao investimento privado, bem como a proposta nº 2 da seção sobre Tecnologia e Infraestrutura, que propõe o incentivo ao investimento no turismo. Ambas são consideradas propostas com as quais nenhum candidato contrário poderia discordar.
Além disso, foram excluídas propostas supérfluas e de moralidade duvidosa, como a nº 27 da seção de Saúde, que propõe a criação de empresas produtivas em todos os serviços penitenciários. Embora essa proposta possa representar uma iniciativa interessante para a reintegração de presos na sociedade, o viés capitalista que permeia as propostas de Milei poderia transformar rapidamente essa iniciativa em um negócio lucrativo com implicações na superlotação do sistema carcerário e exploração da mão-de-obra carcerária.
Ao compararmos as propostas restantes do plano econômico de Milei com experiências neoliberais anteriores na Argentina, como a ditadura, o programa de Cavallo entre 1991 e 2001 e o governo de Macri entre 2016 e 2019, constatamos que apenas três propostas são originais e não têm precedentes nos governos anteriores. Isso significa que 90% das políticas propostas por Milei têm semelhanças com as políticas adotadas nos últimos três governos na Argentina.
Portanto, a análise crítica das propostas de Milei revela notáveis semelhanças com políticas neoliberais implementadas anteriormente, resultando em baixo crescimento econômico, aumento da dívida pública e bem-estar precário para a população trabalhadora. A repetição dessas propostas que já deram origem a crises econômicas anteriores na Argentina suscita preocupações sobre a viabilidade e as implicações de longo prazo de um eventual governo baseado nas propostas de Milei. Isso reforça a necessidade de uma avaliação cuidadosa das propostas e de uma reflexão crítica sobre suas consequências econômicas e sociais para o país.