Americanas é processada por pequenos fornecedores que não receberam pagamentos previstos na recuperação judicial, no valor de R$2,5 milhões.

A relação entre grandes empresas e pequenos fornecedores é sempre um tema delicado. No caso da Americanas, alguns desses fornecedores foram à Justiça cobrar pagamentos que deveriam ter sido realizados dentro do plano de recuperação judicial da varejista. De acordo com informações obtidas pela Folha, dois processos na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro revelam que a Americanas não efetuou pagamentos que somam cerca de R$ 2,5 milhões.

Em resposta, a empresa afirmou que os pagamentos aos credores estão sendo feitos conforme o plano de recuperação judicial e que os valores questionados são considerados “residuais”. A Americanas tinha como prazo para encerrar a primeira etapa de pagamentos, que incluía credores trabalhistas, micro e pequenos empreendedores e fornecedores, até o dia 28 de março. No entanto, o atraso tem gerado preocupações entre os pequenos fornecedores, que dependem em grande parte das vendas realizadas para a Americanas.

Segundo um representante desses fornecedores, muitas empresas afetadas pelo não pagamento têm uma alta porcentagem de suas vendas ligadas à Americanas, chegando a 80% em alguns casos. A empresa, por sua vez, garantiu que mais de R$ 4 bilhões em créditos já foram pagos a credores trabalhistas, micro e pequenos empreendedores e fornecedores, e prevê que a maior parte do plano de recuperação seja implementada até o fim do primeiro semestre.

Em recuperação judicial desde janeiro de 2023, após fraudes contábeis, a Americanas conseguiu aprovar seu plano de recuperação 11 meses depois. Apesar dos desafios enfrentados, a empresa retomou os pagamentos e já quitou mais de R$ 100 milhões após a homologação do plano pela Justiça do Rio. A varejista destacou o compromisso com os fornecedores e afirmou que os recursos para os pagamentos provêm de um novo financiamento realizado pelos acionistas de referência da companhia.

A relação entre a Americanas e seus fornecedores, especialmente os pequenos, continua sob escrutínio, e o desfecho desse impasse certamente terá impactos significativos no setor varejista como um todo.

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