Repórter São Paulo – SP – Brasil

Alta dos preços da laranja desafia a hegemonia da soja no norte do Paraná: produtores voltam a investir na fruta

A citricultura no norte e noroeste do Paraná vem passando por mudanças significativas nos últimos anos. Antes dominada pela soja, a região está agora vendo um aumento no cultivo da laranja, devido à alta dos preços da fruta e à redução da rentabilidade da oleaginosa.

Os preços da soja não estão mais tão atraentes, especialmente devido aos custos de produção em elevação, enquanto os preços da laranja atingiram os maiores valores em 30 anos. Isso levou os produtores a voltarem seus investimentos para a citricultura, acreditando que a demanda pela fruta permanecerá alta e a oferta de suco reduzida.

A decisão de retornar ao cultivo de laranja não é simples, já que a cultura é perene e exige altos investimentos iniciais, com retorno financeiro apenas após três anos. No entanto, muitos produtores da região de Maringá estão apostando nesse mercado promissor.

A preocupação com a doença do greening, que afeta a citricultura em todo o mundo e avança no Brasil, também faz parte do cenário atual. O psilídeo Diaphorina citri, transmissor da doença, representa um dos maiores desafios para os produtores, especialmente devido aos altos custos para controle de pragas e doenças, que correspondem a mais de 50% do custo de produção.

Apesar dos desafios, a perspectiva de aumento na produção de laranja é positiva. O preço da fruta apresentou um significativo aumento nos últimos anos, o que estimula os produtores a expandirem suas áreas de cultivo. A introdução de novas moléculas de combate às pragas e a melhoria no manejo dos pomares também contribuem para essa otimização.

A região próxima a Maringá possui cerca de 20 mil hectares dedicados à citricultura, e uma das estratégias financeiras adotadas pelos produtores é o consórcio da laranja com o mamão nos primeiros anos, enquanto o pomar não está em plena produção. Essas mudanças apontam para um novo cenário na citricultura paranaense, com desafios e oportunidades para os produtores locais.

Sair da versão mobile