Durante a votação sobre a prisão de Brazão, que ocorreu em março, Lira poderia ter recorrido ao Regimento e levado a questão diretamente ao plenário, garantindo uma maioria mais ampla a favor da decisão do STF. No entanto, optou por não o fazer, o que levantou especulações sobre sua posição em relação ao judiciário e sua influência sobre as decisões da Casa. Algumas interpretações sugerem que o objetivo de Elmar era garantir futuros apoios políticos entre os ausentes e os que votaram contra a prisão.
É importante ressaltar que Elmar Nascimento não agiu secretamente, pelo contrário, fez questão de alardear sua estratégia. Apesar disso, houve membros do próprio União Brasil que discordaram da postura do deputado, votando a favor da manutenção da prisão de Chiquinho Brazão.
No que diz respeito ao ministro Padilha, houve um desentendimento com Arthur Lira, que se sentiu incomodado com a declaração do ministro sobre a orientação do governo na Comissão de Constituição e Justiça. Ainda assim, a votação não parece ter enfraquecido o presidente da Câmara, que continua exercendo grande influência sobre os parlamentares. Mesmo com algumas divergências, a fidelidade política parece não ter sido abalada, com a maioria dos partidos seguindo a orientação de se opor à decisão do STF.
No entanto, a mudança de posição do PL durante a votação revela que a situação política pode sofrer reviravoltas inesperadas. Com sete votos a favor da prisão, cinco abstenções e 12 ausências, o partido decidiu recuar do fechamento de questão, evidenciando a complexidade das negociações nos bastidores do Congresso.