Após os ataques de 11 de setembro de 2001, Nova York montou uma força antiterrorista sem precedentes, equiparada a uma mini-CIA, devido aos recursos de inteligência disponíveis para seus policiais e agentes. No entanto, a cidade não possui meios de prevenir crimes de ódio isolados, que estão se tornando cada vez mais frequentes.
O recente ataque do Hamas a Israel, seguido da reação militar israelense, está dividindo a cidade e o país como nenhum outro conflito do milênio. Incidentes de violência espontânea têm se multiplicado, como o soco dado por um agressor em uma mulher judia no metrô de Manhattan e o esbofeteamento de um adolescente sikh em um ônibus.
Nas universidades, a hostilidade entre alunos e professores tem criado um clima de intimidação, forçando a escolha de um lado. Um estudante de engenharia foi preso após ameaçar matar alunos judeus na Universidade Cornell.
A deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez também foi alvo de ataques nas redes sociais por defender os direitos humanos dos palestinos. A diversidade étnica, a densidade demográfica e o protagonismo de Nova York fazem com que a cidade reflita conflitos internacionais, mas o atual governo Trump, a pandemia de Covid e os protestos do Black Lives Matter de 2020 têm inflamado o apetite por violência.
É inevitável questionar como Nova York teria emergido da tragédia do 11 de setembro se ela tivesse acontecido nos dias de hoje. Enquanto escrevo, ouço as risadas das crianças na escola religiosa judaica próxima à minha janela e penso no medo que seus pais sentem ao caminhar pelo bairro à noite, facilmente identificados pela vestimenta.
Apesar de toda a carnificina de civis que estamos testemunhando atualmente, não podemos abdicar de nossa própria humanidade. No entanto, os incidentes de ódio e as fantasias de violência disseminadas online parecem ser aleatórios e em busca de alvos.
O clima de tensão e violência ressalta a importância de encontrar soluções para os conflitos internacionais, respeitando os direitos humanos e promovendo a paz. A cidade de Nova York, apesar de todas as suas diferenças, deve permanecer unida e resistir aos discursos de ódio e violência.