Alerta da Opas: possível transmissão de vírus oropouche da mãe para o bebê durante gestação preocupa autoridades de saúde.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico nesta quinta-feira (18) informando seus estados membros sobre a possível transmissão do vírus oropouche da mãe para o bebê durante a gestação. Este alerta foi feito com base em casos reportados no Brasil e recomenda o reforço da vigilância diante da possibilidade de ocorrência de casos semelhantes em outros países onde o oropouche e outros arbovírus circulam.

De acordo com a Opas, entre janeiro e julho de 2024, cerca de 7.700 casos confirmados de oropouche foram notificados em cinco países das Américas, sendo o Brasil o país com o maior número de registros. O alerta da organização ressalta a importância da identificação de suspeitas de transmissão do vírus da gestante para o bebê, uma vez que o aumento de casos notificados está em evidência.

Um caso recente destacado pela Opas foi o de uma gestante residente em Pernambuco que apresentou sintomas de oropouche durante a 30ª semana de gestação. Após a confirmação laboratorial da infecção, foi reportada a morte do feto. Outro caso suspeito, também em uma gestante do mesmo estado, resultou em aborto espontâneo.

O Ministério da Saúde brasileiro também está investigando quatro casos de bebês que nasceram com microcefalia e apresentaram anticorpos do vírus oropouche. A possível transmissão vertical do vírus e suas consequências para o feto ainda estão sendo investigadas, conforme destaca a Opas no alerta epidemiológico.

A organização também publicou diretrizes para auxiliar os países na detecção e vigilância do vírus oropouche diante de possíveis situações de infecção materno-infantil, malformações congênitas ou morte fetal. Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, rigidez articular, dores, fotofobia, náuseas e vômitos persistentes.

O vírus oropouche é transmitido por insetos como o maruim e o mosquito culex, e têm sido documentados surtos em diversos países das Américas desde sua detecção em Trinidad e Tobago em 1955. A Opas destaca a importância de medidas preventivas para grávidas, como evitar áreas com muitos insetos, usar repelente, manter limpas as áreas ao redor da residência e seguir as orientações das autoridades de saúde locais.

Em suma, a colaboração entre os países e a adoção de medidas preventivas são essenciais para conter a propagação do vírus oropouche e proteger a saúde das gestantes e seus bebês.

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