Alberto Núñes Feijóo perde primeira chance de ser o próximo primeiro-ministro da Espanha

Alberto Núñes Feijóo, líder do Partido Popular, perdeu sua primeira chance de se tornar o próximo primeiro-ministro da Espanha. A votação por sua investidura, realizada nesta quarta-feira (27), resultou em 172 votos a favor e 178 votos contra. Feijóo necessitava da maioria absoluta do Congresso de 350 deputados, ou seja, 176 votos, mas o Partido Popular conseguiu apenas 137 deputados. O partido de ultradireita Vox se aliou aos conservadores, garantindo mais 33 votos, e a Coligação Canárias e a UPN deram um voto cada um.

No entanto, haverá uma nova chance para o Partido Popular na tarde de sexta-feira (29), quando os deputados votarão novamente e o cargo poderá ser conquistado com maioria simples, sem incluir possíveis abstenções. Caso Feijóo não seja bem sucedido, o atual primeiro-ministro Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol, poderá ter sua chance no próximo mês.

A derrota de Feijóo pode ser atribuída à sua decisão de não se associar a partidos separatistas, o que é um conceito valorizado pelos políticos do Partido Popular. O Junts, partido catalão com sete votos, que poderia ter dado a vitória ao conservador, exigiu uma anistia para seus membros. Atualmente, vários membros do Junts estão sendo processados pela Justiça por uma tentativa de separação da Catalunha em 2017. Enquanto isso, Sánchez está em negociações para que a anistia seja concedida.

Durante a votação, quatro dos nove grupos parlamentares fizeram suas intervenções na parte da manhã, sendo que cinco deles já haviam se manifestado na terça-feira (26). Os grupos bascos, El Bildu e PNV, se pronunciaram contra a investidura de Feijóo. O grupo misto, formado por três partidos, garantiu os votos da Coligação Canárias e da UPN, que possuem apenas um deputado cada. O próprio Partido Popular também fez suas colocações, questionando a ausência da anistia no programa eleitoral.

Já o Partido Socialista Operário Espanhol se manifestou na terça-feira, mas seu líder Pedro Sánchez optou por não subir à tribuna. Segundo Sánchez, a investidura de Feijóo era uma “perda de tempo”, já que a matemática não estava a favor do Partido Popular.

A ausência de Sánchez na tribuna foi considerada uma falta de respeito pelos deputados do Partido Popular. Em seu lugar, Òscar Puente, ex-prefeito de Valladolid, dirigiu-se a Feijóo provocando-o sobre a legitimidade de sua candidatura. Em seguida, o líder do Vox, Santiago Abascal, reforçou seu apoio ao Partido Popular, apesar das divergências em algumas questões.

Após as falas dos parlamentares, a maioria das intervenções foi desfavorável a Feijóo. O partido Sumar, grupo de legendas de esquerda aliado do Partido Socialista Operário Espanhol, afirmou que ele nunca seria primeiro-ministro devido à sua aliança com a extrema direita. O ERC, partido Esquerda Republicana da Catalunha, também se pronunciou contrariamente à investidura de Feijóo. Por fim, o Junts, partido catalão que pede anistia, encerrou as manifestações destacando a falta de condições para um acordo.

Diante disso, Feijóo assumiu que sua investidura será fracassada e preferiu adiar sua vitória em prol dos espanhóis. Agora, outros quatro grupos parlamentares terão a oportunidade de fazer seus discursos antes de os deputados votarem se Feijóo deve ou não ser o primeiro-ministro da Espanha.

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