Na última quarta-feira, a região de Antequera, localizada em Málaga, foi palco de um protesto dos agricultores espanhóis, que decidiram bloquear a rodovia A92 que leva a Sevilha. A situação foi constatada pela AFPTV e revelou o descontentamento da classe agrícola em relação à situação do setor.
O protesto também teve reflexos no mundo esportivo, com a suspensão da primeira etapa da Volta a Andaluzia, uma prova de ciclismo profissional. Os organizadores justificaram a decisão devido à “falta de forças policiais”, que estavam ocupadas com a manifestação dos agricultores.
Além de Antequera, outras regiões da Espanha também foram afetadas pelos protestos, como a Catalunha, onde uma centena de tratores bloquearam um trecho da rodovia AP-7, que liga o país à França, próximo a Pontós. A situação se repetiu em outros dias, demonstrando a persistência dos agricultores em suas reivindicações.
Os bloqueios também foram registrados em Valladolid, Toledo e Teruel, segundo informações da DGT (Direção Geral de Tráfico). As manifestações dos agricultores espanhóis refletem um quadro de insatisfação em relação à burocracia e complexidade das normas europeias, aos baixos preços de venda de seus produtos e à concorrência considerada injusta de artigos estrangeiros.
Diante desse contexto, o ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação, Luis Planas, convocou representantes do setor alimentar para discutir as demandas e tentar encontrar soluções para a crise enfrentada pelos agricultores. Este não é um problema exclusivo da Espanha, já que outros países europeus também enfrentaram manifestações semelhantes de agricultores insatisfeitos.
A situação levanta questões sobre as políticas agrícolas e comerciais dentro da União Europeia, demonstrando a complexidade e sensibilidade do setor. Enquanto as negociações continuam, os agricultores permanecem determinados em fazer suas vozes serem ouvidas, buscando melhorias para suas condições de trabalho e para a sustentabilidade de suas atividades.
