Hery Kattwinkel Júnior, que também é suplente de deputado estadual em São Paulo, foi duramente criticado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento. Moraes classificou a atuação do advogado como “patética” e “medíocre”, lamentando que ele tenha abandonado a defesa de seu cliente para atacar os ministros e a instituição.
Durante sua defesa, o advogado comparou o presídio da Papuda, onde os acusados dos atos golpistas foram mantidos presos, ao Holocausto, genocídio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, ele afirmou que Moraes atuava como acusador em vez de juiz na condução dos processos e chamou os invasores e depredadores das sedes dos três Poderes de “patriotas”.
As redes sociais não perdoaram o advogado, que se tornou viral após cometer duas gafes durante sua atuação. Ele atribuiu uma citação de Maquiavel, autor de “O Príncipe”, ao livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry. Além disso, chamou Pôncio Pilatos de Afonso Pilatos.
Em nota assinada pelo presidente da legenda, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, e pelo fundador do partido, o ex-deputado Paulo Pereira da Silva, o Solidariedade afirmou que o advogado extrapolou seu papel ao proferir ataques pessoais aos ministros do STF e disseminar fake news, transformando a sustentação oral em um discurso político para agitar grupos antidemocráticos.
O partido, que é integrante da base do governo Lula, ressaltou que não é o lugar para pessoas com essa categoria de pensamento e prática política e afirmou que quem difunde discursos de ódio para minar ou derrubar as instituições democráticas brasileiras definitivamente não encontrará espaço nesta legenda.
Após a participação de Hery no julgamento, surgiram mensagens nas redes sociais indicando uma possível candidatura do advogado nas eleições do próximo ano. O ministro Alexandre de Moraes chamou a atenção para os planos eleitorais de Kattwinkel Júnior. Seu cliente, Thiago de Assis Mathar, foi condenado a 14 anos de prisão.
Como consequência de suas ações, o Solidariedade decidiu expulsar o advogado de seus quadros, afirmando que sua postura é incompatível com o partido. A legenda defende o exercício das prerrogativas do advogado, mas entendeu que a atitude de Hery ultrapassou os limites da lei.
Em nota, a direção do Solidariedade comunicou a expulsão do membro e filiado Hery Waldir Kattwinkel Junior, reiterando seu compromisso com a democracia e o respeito às instituições públicas brasileiras.