Neste momento, diversas batalhas na área de direitos humanos estão sendo travadas, seja no Congresso, no Supremo Tribunal Federal ou entre os Poderes. Um exemplo é o debate sobre a descriminalização da posse de maconha, com o STF avançando em um julgamento sobre o tema e o Senado podendo votar um projeto que criminaliza a posse de qualquer droga. Almeida acredita que a decisão do Supremo pode ser um ponto de inflexão para estabelecer uma racionalidade nesse debate, que saiba separar usuário de traficante e compreender os efeitos da prisão na vida das pessoas. Porém, ele destaca que uma política nacional precisa passar pelo crivo do Congresso, pela legalidade do Judiciário e pela execução do Poder Executivo.
Quanto à pressão da sociedade civil para que Lula indique uma mulher negra de perfil progressista para o STF, Almeida acredita que o presidente considera mais o compromisso político com seu projeto de defesa da democracia e dos direitos humanos do que critérios raciais. Ele cita como exemplo o primeiro indicado por Lula neste mandato, Cristiano Zanin, que preenche esses critérios, apesar de ter recebido críticas por seus primeiros posicionamentos na corte.
Almeida também falou sobre as caravanas que realiza para monitorar a situação de presídios, comentou as críticas de Lula ao Tribunal Penal Internacional e afirmou que não tratou com o presidente sobre a possibilidade de deixar a pasta na reforma ministerial, algo que foi ventilado nos bastidores.
O podcast Café da Manhã é publicado no Spotify, em parceria com a Folha, e trata de diversos temas de interesse público. O episódio em questão foi apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com roteiro de Victor Lacombe e produção de Carolina Moraes e Laila Mouallem. A edição de som foi realizada por Thomé Granemann.
Em suma, Almeida destaca a importância da disputa política e ideológica no governo atual e reconhece as batalhas travadas na área de direitos humanos. Ele ressalta a necessidade de separar usuário de traficante no debate sobre a posse de drogas e destaca a importância das instituições no processo de tomada de decisões. Por fim, o ministro comenta sobre a pressão por uma indicação de uma mulher negra para o STF e fala sobre seus trabalhos relacionados aos presídios.
