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Abuso Emocional na Infância Aumenta Risco de Depressão Pós-Parto em até Seis Vezes, Revela Estudo.configureTestingModule({‘catId’: ”});

Uma pesquisa recente, publicada na “Revista Latino-Americana de Enfermagem”, revelou que mulheres que foram vítimas de abusos emocionais durante a infância têm até seis vezes mais chances de desenvolver depressão pós-parto. Realizado por pesquisadores da UniRV, USP e UFMA, o estudo avaliou 253 puérperas entre o segundo e o quinto dia pós-parto em uma maternidade pública de Rio Verde, em Goiás.

Os resultados mostraram que mais da metade das puérperas vivenciou algum tipo de trauma na infância, sendo o abuso emocional o mais comum, seguido por negligência emocional, abuso sexual e abuso físico. A exposição a esses traumas na infância foi associada ao desenvolvimento de depressão pós-parto em 37% das mulheres avaliadas.

O estudo destacou que o abuso emocional foi o tipo de trauma que mais aumentou as chances de desenvolvimento da depressão pós-parto. Além disso, a negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso sexual também foram associados ao aumento do risco dessa condição.

Segundo Elton Brás, professor da Faculdade de Enfermagem da UniRV, o estudo é um dos primeiros a analisar essa associação em contexto brasileiro, ressaltando que o período de coleta de dados coincidiu com a pandemia de Covid-19, o que pode ter influenciado os resultados devido aos piores índices de saúde mental durante esse período.

Edilaine Gherardi-Donato, professora da Escola de Enfermagem da USP, explicou que as mulheres expostas a traumas na infância sofrem impactos psicológicos e fisiológicos, aumentando a predisposição para a depressão pós-parto. A gestação, por si só, já é um evento de vida estressante e a presença de traumas na infância pode intensificar essa experiência.

Os pesquisadores ressaltam a importância de os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros obstétricos, estarem atentos aos fatores de risco de depressão pós-parto em mulheres que foram expostas a traumas na infância. Essa abordagem mais holística pode contribuir para a prevenção e o tratamento eficaz dessa condição, melhorando a saúde mental das mulheres e sua relação com seus filhos.

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