A revolução dos cabos submarinos: como a comunicação global mudou com a chegada da tecnologia no século XIX.

A comunicação no século XIX era um desafio para os humanos, que precisavam converter pulsos elétricos em idioma e vice-versa sem a ajuda de dispositivos automatizados. Era uma tarefa complexa que exigia conhecimento de código morse e outras habilidades específicas, como explicado pelo engenheiro da computação Carlos Rafael Gimenes das Neves.

O lançamento de cabos submarinos revolucionou a forma como as informações eram transmitidas, trazendo agilidade não apenas para as notícias, mas também para os contratos comerciais. Especialistas apontam que a fase áurea da cafeicultura brasileira foi beneficiada por essa melhoria na comunicação.

Antes dos cabos, a comunicação com a Europa era feita por navios a vapor, o que levava cerca de 30 dias para ser concluído. Com a instalação dos cabos submarinos, a dinâmica dos negócios mudou, especialmente para um Brasil emergente como exportador de café.

No entanto, a rapidez e eficiência dos cabos tinham um preço. Segundo o jornalista Matías Molina, um telegrama de 20 palavras do Brasil para a Inglaterra custava o equivalente a 94 dólares, um valor alto para a época.

Para reduzir custos, os operadores de telégrafo criaram abreviações e uma escrita telegráfica específica para agilizar o processo de envio de mensagens. Essa prática se assemelha ao que fazemos atualmente na comunicação escrita via celular, onde as abreviações são comuns.

Assim, a instalação dos cabos submarinos não apenas revolucionou a comunicação no século XIX, mas também influenciou a forma como as pessoas se comunicam até os dias de hoje. Uma mudança que impactou não apenas a economia, mas também a cultura e os hábitos cotidianos de milhares de pessoas.

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