A reunião de Sánchez e Feijóo expõe aversão da direita aos separatistas em encontro político condenatório.

Na terça-feira passada, o presidente em exercício do governo espanhol, Pedro Sánchez, e o candidato do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, reuniram-se para discutir uma possível sessão de investidura. O encontro durou menos de uma hora e demonstrou o abismo ideológico entre os dois líderes. Além disso, todas as pontes de diálogo entre os principais partidos espanhóis foram quebradas.

Feijóo convocou Sánchez para a reunião como parte de sua rodada de contatos antes da sessão de investidura em 26 de setembro. O objetivo era avaliar a opinião dos dois principais partidos do país. O encontro ocorreu no Congresso dos Deputados, sede da soberania nacional.

Durante a reunião, Feijóo propôs um acordo a Sánchez que permitiria ao atual mandatário e ao seu partido governar por dois anos, com pactos de Estado em áreas como regeneração democrática, estado de bem-estar social, recuperação econômica, famílias, água e território. O objetivo dessa proposta era evitar que o governo dependesse dos partidos independentistas do País Basco e da Catalunha.

No entanto, o líder do PP deixou claro que seu partido se recusaria a apoiar solicitações de referendo de independência e anistia feitas pelos partidos pró-independência. Feijóo acredita que essas exigências são inconstitucionais e que todos os políticos têm a obrigação histórica de proteger o Estado.

O PP foi o partido mais votado nas eleições de julho, mas, mesmo com o apoio do partido de extrema-direita Vox, não possui maioria absoluta no parlamento. O PSOE, liderado por Sánchez, precisaria do apoio de outras forças políticas para obter maioria.

Após a reunião, Sánchez não se pronunciou perante a imprensa e seguiu para uma reunião executiva em sua sede partidária. As negociações entre os dois principais partidos espanhóis continuam, mas as diferenças ideológicas tornam difícil alcançar um acordo.

Essa falta de entendimento entre os líderes políticos pode ter consequências significativas para a governabilidade da Espanha. Com a necessidade de apoio de outras forças políticas para formar maioria, o país pode enfrentar uma instabilidade governamental nos próximos meses.

É importante ressaltar que as opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não representam necessariamente a posição da Diálogos do Sul.

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