O jornal The New York Times questionou se “os franceses não seriam “preguiçosos”, destacando que o gosto francês pela ociosidade tem origem em uma tradição filosófica. Segundo o diário, essa tradição está enraizada em preceitos do filósofo francês Michel de Montaigne, que optou por abandonar sua vida ativa em busca de uma vida mais contemplativa, o que lhe deu tempo para escrever seus famosos ensaios que influenciaram gerações. Para os defensores deste conceito, ser preguiçoso não significa necessariamente não fazer nada, mas sim dedicar-se a atividades diferentes, sonhar acordado, passear e viver para si mesmo e não apenas para os outros. O conceito propõe investir no presente, já que o futuro é incerto.
No entanto, “Embora a preguiça não seja necessariamente um pecado, ela é sempre um luxo”, sublinha Franceinfo, destacando que poucas pessoas têm a sorte de poder reivindicá-lo. A verdade é que a preguiça que está sendo defendida por alguns franceses é “diferente”, pois a produtividade dos franceses no trabalho está acima da média mundial, apesar de trabalharem mais horas por semana do que os alemães.
Portanto, a ideia de preguiça na França não pode ser simplificada. Ela é mais complexa do que parece e levanta questões sobre a relação entre trabalho, produtividade e bem-estar. Este debate tem implicações não apenas para a França, mas também para outros países que enfrentam desafios semelhantes em relação à reforma da previdência e ao estilo de vida contemporâneo. A discussão sobre a preguiça francesa certamente continuará gerando polêmica e reflexão nos próximos meses.