Repórter São Paulo – SP – Brasil

A inteligência artificial traz de volta astros do cinema através de técnicas inovadoras, reavivando o glamour do passado.

O icônico ator de cinema americano James Dean, que faleceu em 1955, está prestes a voltar às telas de cinema em um novo filme intitulado “De volta ao Éden”. No entanto, a sua aparição será feita através de um clone digital criado com tecnologia de inteligência artificial, semelhante aos famosos deepfakes. Essa nova tecnologia está mudando o panorama de Hollywood, mas também está gerando preocupações e até mesmo uma greve de atores e roteiristas.

A ressurreição digital de James Dean é apenas uma das muitas aparições de atores falecidos que têm ocorrido nos últimos anos. Celebridades como Carrie Fisher, Harold Ramis e Paul Walker também foram “trazidas de volta à vida” pela tecnologia digital avançada. Essa tendência levanta questões complexas sobre os direitos pós-morte e o controle sobre a imagem e a carreira dos atores.

Os atores e roteiristas temem ser substituídos por algoritmos de inteligência artificial, o que poderia deixar a criatividade em segundo plano em prol do lucro. A atriz Susan Sarandon expressou suas preocupações, alertando que a IA poderia fazê-la “dizer e fazer coisas sobre as quais não tenho escolha”. Essa greve em Hollywood é a primeira a ocorrer em 43 anos e reflete as inquietações da indústria em relação ao uso cada vez maior da tecnologia de inteligência artificial.

No entanto, a clonagem digital de James Dean também representa uma mudança significativa no mundo do entretenimento. Seu clone digital não só poderá atuar em filmes, mas também interagir com o público em plataformas interativas, como realidade aumentada, realidade virtual e jogos. Essa tecnologia vai além dos deepfakes, permitindo que os atores alcancem uma espécie de imortalidade e continuem trabalhando mesmo após suas mortes.

Essa nova realidade traz consigo algumas questões éticas e legais. Quem detém os direitos sobre a imagem e a personalidade de alguém após sua morte? Até que ponto os mortos podem controlar sua própria carreira e evitar que sua imagem seja usada de forma inadequada? E por que não deixar as celebridades descansarem em paz?

Enquanto a indústria do entretenimento enfrenta esses desafios, alguns atores e profissionais do setor veem oportunidades nessa tecnologia. O primo de James Dean, Marc Winslow, acredita que o apelo duradouro do ator o torna uma escolha atraente para papéis no cinema moderno. Além disso, a tecnologia também cria empregos em outras áreas, como técnica e produção cinematográfica.

No entanto, a preocupação com a substituição de atores vivos por clones digitais é real. Dubladores estão particularmente preocupados, pois temem que dubladores ressuscitados digitalmente monopolizem a indústria, eliminando empregos para atores vivos. As regras e os direitos em relação aos clones digitais de pessoas falecidas são obscuras e variam de região para região.

Enquanto a tecnologia avança e a discussão sobre os direitos pós-morte continua, é inevitável que mais atores e celebridades estejam “de volta à vida” nas telas de cinema através da inteligência artificial. A questão sobre até que ponto essa tecnologia será utilizada e os desafios éticos e legais que ela traz ainda estão em aberto. No entanto, uma coisa é certa: o futuro do entretenimento será transformado pela inteligência artificial.

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