Repórter São Paulo – SP – Brasil

A crise diplomática na fronteira entre Brasil e Venezuela diante da exploração de petróleo na Guiana

“A disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana tem ganhado destaque nos últimos anos devido à descoberta de grandes reservas de petróleo na região. A província em questão é reivindicada pela Venezuela desde o século 19, mas o interesse pelo território não estava entre as prioridades dos governos bolivarianos até a Guiana começar a explorar as jazidas de petróleo no mar e conceder à iniciativa privada a prospecção.

O governo do ex-presidente Lula foi criticado por ter ficado quase seis anos sem acompanhar de perto a política interna na Venezuela, inclusive retirando o corpo diplomático de Caracas. Durante esse período, o Brasil deixou de acompanhar de perto a composição das forças de apoio a Maduro.

Já o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou criar um espetáculo ao enviar um pequeno caminhão que invadiria o país vizinho levando “ajuda humanitária”. Essa atitude demonstrou a tensão entre os dois países e sinalizou para possíveis conflitos armados na região, o que poderia gerar uma crise econômica e de refugiados.

Atualmente, o governo Lula demonstra disposição em ajudar na normalização das relações com a América do Sul, mas ao mesmo tempo deixa claro que há limites para aventuras que a Venezuela possa iniciar na região. A possibilidade de um conflito armado é vista como uma tragédia econômica e geopolítica.

Na esfera da diplomacia, os gestos são relevantes. Lula afirmou que conversou duas vezes por telefone com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, mas não teve contato direto com Maduro. Essa tarefa ficou a cargo do assessor especial da Presidência da República, o ex-chanceler Celso Amorim.

O governo brasileiro está empenhado em calibrar os incentivos para que a Venezuela deixe de ser um elemento de desestabilização na política regional. A busca por uma solução pacífica para a disputa territorial é fundamental para a estabilidade econômica e geopolítica da região. Sendo assim, a atuação diplomática é de extrema importância nesse contexto, visando evitar um conflito armado e suas consequências para a região.”

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