A CIJ e a Guerra Genocida de Israel: Reputação da Corte manchada por decisões e reações polêmicas de Israel e seus aliados

**A reputação da Corte Internacional de Justiça (CIJ)**

Após a decisão da CIJ, a juíza Xue Hanqin divulgou um parecer separado enfatizando que a instituição foi alvo de críticas por conta de um caso envolvendo a África do Sul há 60 anos. Ela destacou que a negação de justiça naquela ocasião manchou seriamente a reputação da CIJ, despertando forte indignação. Desde sua chegada à corte em 2010, Xue Hanqin tem sido reconhecida por sua seriedade, o que a levou a ser eleita vice-presidente em 2018.

Ao votar contra a ordem provisória que instaurava a Rússia a suspender sua operação militar na Ucrânia, a juíza Xue levantou a hipótese de **erga omnes**, argumentando que as ações de Israel contra os palestinos afetam toda a humanidade. Ela ressaltou o interesse comum da comunidade internacional na proteção do povo palestino.

Com três juízes asiáticos na corte, Iwasawa Yuji, do Japão, e Dalveer Bhandari, da Índia, juntamente com Xue Hanqin, o juiz Bhandari teve uma longa carreira jurídica na Índia antes de ser nomeado para a CIJ. Apesar da maioria dos juízes ter se posicionado a favor da acusação de genocídio por parte de Israel, o juiz Barak, indicado por Israel, votou contrariamente a essa alegação, destacando a complexidade do caso.

Por sua vez, a reação de Israel à ordem da CIJ foi caracterizada pelo ministro da Segurança Nacional como um tribunal antissemita, gerando controvérsias. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, celebrou o fato de a CIJ não ter ordenado um cessar-fogo, confirmando a continuidade da guerra. Essa postura de Netanyahu foi criticada e questionada pela comunidade internacional.

Em meio a toda essa tensão, a decisão da CIJ sobre o conflito entre Israel e os palestinos continua sendo objeto de debate e polêmica, refletindo a complexidade e sensibilidade do tema em questão.

Por **Vijay Prashad**, historiador, editor e jornalista indiano, em colaboração com o **Instituto Tricontinental de Pesquisa Social**.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo