Repórter São Paulo – SP – Brasil

A ascensão das religiões africanas na América do Sul: um reflexo da herança africana ganhando mais voz na região

Segundo novos dados, a América do Sul está testemunhando um aumento no número de pessoas que seguem religiões de inspiração africana. Esta tendência pode sinalizar uma maior visibilidade e reconhecimento da herança africana na região, indo além do Brasil, onde essas tradições já são amplamente reconhecidas.

De acordo com pesquisas recentes sobre crenças religiosas na Argentina e no Uruguai, há um número crescente de pessoas que se identificam com crenças de inspiração africana. Um exemplo disso é Sasha Curti, que cresceu em uma família predominantemente católica no Uruguai. Ela foi até a praia de Ramirez, em Montevidéu, com membros de seu templo de Umbanda para agradecer a Iemanjá, deusa associada ao mar. Este ato público de devoção reflete uma mudança na forma como as tradições africanas têm sido abraçadas e celebradas na região.

Curti observou que as pessoas não estão mais se escondendo e que isso pode ser atribuído, em parte, a uma maior educação sobre a história das tradições africanas. No entanto, ela ressalta que ainda há discriminação e que há muito trabalho a ser feito para promover a aceitação e compreensão dessas práticas religiosas.

Na praia de Ramirez, grupos de devotos cavam altares rasos na areia, onde colocam oferendas, como velas, melancias e milho, como forma de homenagear Iemanjá e pedir por boa sorte. Esta prática de devoção pública é um exemplo da maneira como as tradições africanas vêm ganhando espaço na região.

Tanto a umbanda quanto o candomblé, duas religiões de inspiração africana, têm suas raízes no nordeste do Brasil e estão intimamente ligadas ao comércio transatlântico de escravos. Os pesquisadores observam que os fiéis dessas religiões combinavam crenças nativas africanas com elementos do catolicismo e tradições indígenas locais, criando religiões sincréticas que não foram prontamente reconhecidas pelos europeus.

Diante desse aumento no número de seguidores de religiões africanas na América do Sul, espera-se que haja um maior reconhecimento e respeito por essas tradições religiosas, promovendo assim um ambiente de tolerância e entendimento mútuo.

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