De acordo com o relatório anual da FAO, intitulado “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo”, entre 2021 e o ano passado, 3,9% da população brasileira apresentou desnutrição crônica. Esse dado é relevante, pois a ONU considera que um país faz parte do Mapa da Fome quando o índice de desnutrição crônica é igual ou superior a 2,5% da população total.
Apesar de haver uma leve melhora em relação ao relatório anterior, que apontou um recuo de 0,8 ponto percentual no número de pessoas que sofrem com a fome no Brasil, ainda há muito a ser feito. A FAO ressalta que os dados são atualizados com base nas informações fornecidas por cada país, e que a forma como esses números são apresentados pode variar de um ano para o outro.
Além dos 8,4 milhões de brasileiros em situação de desnutrição crônica, o Brasil também teve 39,7 milhões de habitantes com insegurança alimentar moderada ou grave nos últimos três anos. A insegurança alimentar moderada é caracterizada pela dificuldade em ter acesso a uma alimentação adequada, o que pode resultar em períodos de alimentação insuficiente. Já a insegurança grave ocorre quando há falta efetiva de comida por um dia ou mais.
Em um evento do G-20, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), destacou que houve uma redução na insegurança alimentar severa no Brasil, caindo de 8% para 1,2% da população em 2023, segundo o relatório da FAO. O ministro também mencionou a redução da desnutrição em um terço. No entanto, ele fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro, responsabilizando-o pelo “desmonte” de programas sociais e pelos resultados negativos dos últimos anos.
Diante desse cenário preocupante, é fundamental que sejam adotadas políticas públicas eficazes para combater a fome e garantir a segurança alimentar de todos os brasileiros. A questão da fome precisa ser tratada com seriedade e prioridade, visando a garantia do direito humano básico à alimentação adequada e saudável para toda a população.