Repórter São Paulo – SP – Brasil

70 anos do suicídio de Getúlio Vargas: impacto na governança e mercado de capitais brasileiro ao longo das décadas.

No último sábado, 24 de agosto, completou-se o aniversário de 70 anos do suicídio de Getúlio Vargas. Vargas foi uma figura emblemática na história do Brasil, marcando uma profunda mudança na governança do capitalismo brasileiro. Sob seu governo, o Estado se tornou o principal intermediador da poupança nacional e das decisões de investimento.

Durante a República Velha, o país contava com mecanismos de mercado de capitais para alocar a poupança doméstica e externa, o que financiou diversos projetos, como a construção de ferrovias e serviços públicos nas cidades. A legislação da época oferecia segurança aos credores e transparência às empresas abertas, garantindo um ambiente de investimento estável.

No entanto, com as mudanças econômicas decorrentes das guerras mundiais e da Grande Depressão, o país viu-se obrigado a alterar sua regulação econômica. A nova lei de falências, implementada durante o governo de Vargas, passou a favorecer os devedores em detrimento dos credores, tornando o mercado menos seguro.

Além disso, o investimento em educação durante o período de Vargas foi insuficiente, o que impactou negativamente no desenvolvimento do país. Somente décadas depois, nos anos 1980, é que a crise nas contas públicas levou a uma mudança de rumo, com esforços para a liberalização dos mercados.

Atualmente, a discussão sobre o papel do Estado na economia continua presente, com líderes políticos como Lula defendendo um maior intervencionismo estatal na alocação da poupança nacional. No entanto, experiências passadas mostram os riscos desse modelo, como os prejuízos aos aposentados decorrentes de investimentos mal sucedidos.

Em meio a esse debate, a figura de Getúlio Vargas continua sendo lembrada, com Lula expressando saudades dos tempos em que o Estado era o principal protagonista na economia. No entanto, lições do passado mostram a importância de encontrar um equilíbrio entre os interesses do Estado e do mercado para garantir a estabilidade e o crescimento econômico do país.

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