No dia 11 de setembro de 1973, os militares liderados pelo general Augusto Pinochet deram um duro golpe na democracia chilena, pondo fim ao governo de Allende. A forma como o golpe foi executado, com bombardeios aéreos à sede do governo no Palácio de La Moneda e a subsequente morte de Allende, chocou o mundo todo. Enquanto muitos cidadãos chilenos se viam obrigados a lutar em defesa do regime democrático, a Europa assistia atônita ao desenrolar dos eventos.
Ao contrário do que ocorreu anos antes no Brasil, onde o golpe militar de 1964 contou com o apoio de uma fatia considerável da sociedade, o golpe chileno foi seguido por uma forte reação popular. A resposta do povo ao golpe foi rápida e intensa, com manifestações e protestos tomando as ruas de Santiago e das principais cidades chilenas. A violência com que a repressão foi conduzida pelo novo regime militar, liderado por Pinochet, deixou os europeus horrorizados.
Líderes políticos e personalidades da Europa expressaram seu repúdio ao golpe chileno e à ditadura instaurada por Pinochet. Organizações de direitos humanos e movimentos políticos de esquerda se mobilizaram para denunciar as violações aos direitos humanos e exigir a volta da democracia no Chile. As denúncias sobre torturas, desaparecimentos forçados e execuções sumárias praticadas pelas forças de segurança do regime militar chileno ganharam um amplo espaço na imprensa europeia.
Além disso, muitos governos europeus adotaram medidas para pressionar o regime de Pinochet e tentar reverter a situação no Chile. Embargos comerciais, suspensões de acordos político-econômicos e condenações internacionais foram algumas das ações tomadas contra o regime militar. Várias nações europeias receberam exilados políticos chilenos, fornecendo-lhes apoio e asilo.
O golpe militar no Chile teve um profundo impacto na Europa. A ditadura de Pinochet marcou uma ferida aberta na história chilena e gerou uma cicatriz indelével nos corações e mentes dos europeus solidários. Os esforços conjuntos para condenar e combater a ditadura no Chile se tornaram um símbolo de resistência e luta pelos direitos humanos em todo o mundo, reforçando a importância de se preservar e valorizar a democracia.
Cinquenta anos após o golpe militar no Chile, o país buscou reconciliação e justiça. A memória das vítimas e a luta pela verdade e reparação ainda ecoam na sociedade chilena e na lembrança coletiva do mundo. A história do golpe militar no Chile continua sendo um lembrete poderoso dos perigos da violência institucionalizada e da importância das instituições democráticas para garantir a paz e o respeito aos direitos humanos.