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13 de maio: a importância cultural e medicinal dos Pretos Velhos na religião de matriz-africana

No Dia dos Pretos Velhos, celebrado em 13 de maio, as entidades cultuadas em religiões de matriz-africana são lembradas por trazerem consigo as memórias de seres humanos escravizados que viveram até alcançar uma idade avançada. Para melhor compreender a relação dessas figuras com a medicina, conversamos com o professor Marcelo Máximo, autor do livro “As ervas medicinais na umbanda nos cultos de Preto Velho”.

Segundo o professor, os Pretos Velhos são personalidades marcantes nas religiões de matriz-africana, muito respeitados e venerados por representarem espíritos ancestrais africanos que transmitem sabedoria, humildade, amor incondicional e auxílio. Muitas pessoas buscam essas entidades não apenas por aconselhamentos e orientações, mas também em busca de cura.

Questionado sobre os pontos de encontro entre as tradições de cura dos Pretos Velhos e a Medicina Tradicional, Marcelo explicou que cada vez mais a ciência tem se aproximado de métodos alternativos, como o uso de ervas medicinais presentes nas práticas dos Pretos Velhos. Ele destacou a importância da fé nesse processo de cura, que envolve preparo, colheita e o uso de ervas específicas para cada pessoa.

No contexto do dia 13 de maio, data que remete à luta contra a escravidão, Marcelo ressaltou a importância de homenagear os negros escravizados e manter viva a conexão com a cultura e os valores africanos. Para o pesquisador, é um momento de reflexão sobre as lutas do passado e as necessidades de resistência e representatividade do povo negro diante das questões raciais e da intolerância religiosa.

Os ensinamentos dos Pretos Velhos, segundo o professor, são fundamentais para promover justiça, viver a fé, reconhecer o outro como ser humano, perdoar, respeitar a natureza e buscar ser uma pessoa melhor a cada dia. A celebração do Dia dos Pretos Velhos não apenas recorda o passado, mas também inspira a persistência e a luta por um futuro mais justo e igualitário para todos.

Por Tiago Vechi
Jornalista

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