A capital também experimentou um aumento nos casos, com 3.037 ocorrências registradas em 2023, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. A cidade de São Paulo se mantém como o maior local de ocorrências registradas, com 3.197 registros em 2012.
Além disso, os números incluem o estupro de vulnerável, que ocorre com menores de 14 anos ou pessoas com enfermidade, deficiência intelectual ou que não podem oferecer resistência. Esse tipo de ocorrência em São Paulo é maior do que as notificações classificadas somente como estupro.
A SSP afirma que o aumento dos registros de estupro reflete a maior consciência das vítimas sobre a efetividade de denunciar. A maioria das ocorrências é cometida por conhecidos da vítima, muitas vezes dentro do ambiente familiar, o que dificulta a prevenção por parte da polícia e a denúncia por parte da vítima.
Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, ressalta a necessidade de investimentos em políticas públicas para o tema e afirma que o governo precisa deixar de justificar o aumento como sendo derivado apenas do aumento de novos canais para denúncias. “Muitos dos casos acontecem na escola, e a gente precisa ter equipes capacitadas para diagnosticar e lidar com esse problema”, disse. Ela também defende a criação de programas de geração de renda para auxiliar as vítimas a não precisarem de auxílio financeiro de seus agressores e perderem o medo de procurar a polícia.
Em contrapartida, os crimes de latrocínio, assalto seguido de morte, tiveram uma queda acentuada durante o primeiro ano da gestão de Tarcísio, com 31,7% menos vítimas do que no ano anterior. Os homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, também recuaram em 2023, com queda de 10,3% no estado e de 11,4% na capital.
A SSP destacou que as ações para reduzir os crimes patrimoniais ao longo de 2023 se refletiram na queda de roubos, especialmente no centro de São Paulo.