Enquanto isso, brasileiros de ascendência árabe e praticantes da fé islâmica têm organizado palestras e debates para esclarecer que seu posicionamento político não está associado a atos terroristas. Segundo lideranças religiosas e políticas, o aumento das tensões não está apenas relacionado à violência do conflito no Oriente Médio, mas também ao ambiente político brasileiro, considerado propenso ao radicalismo devido à desinformação.
Essa tensão tem gerado um clima de medo e insegurança. Os pais estão receosos em levar seus filhos para a escola e as pessoas temem sair às ruas. O presidente da Fepal afirma que é a primeira vez que a comunidade palestina no Brasil teme sofrer perseguições devido ao noticiário sobre o conflito.
A disseminação de notícias falsas nas redes sociais tem sido particularmente preocupante. Elas contribuem para aumentar ainda mais o clima de hostilidade e intolerância. O presidente-executivo da Fisesp destaca que os comentários antissemitas nas mídias sociais estão relacionados a ideologias políticas locais e não somente à violência do conflito no Oriente Médio.
Diante desse cenário, as instituições têm reforçado suas medidas de segurança. Viaturas da Polícia Militar foram observadas próximas a sinagogas e ao Museu Judaico, enquanto a gestão municipal afirmou ter reforçado o policiamento em instituições palestinas.
No entanto, a preocupação vai além da segurança física. Os líderes religiosos relatam que as pessoas buscam explicações sobre as causas do conflito. A desinformação presente nas redes sociais gera incertezas e medo.
A comunidade judaica procura manter suas atividades, enfrentando o conflito com tolerância. O Museu Judaico de São Paulo, por exemplo, mantém suas atividades, embora tenha reduzido suas postagens nas redes sociais para evitar possíveis manifestações de ódio.
Em meio a essa conjuntura delicada, é fundamental promover discussões e esclarecimentos para combater a intolerância e o radicalismo. É necessário reforçar a importância da convivência pacífica entre as diferentes religiões e estimular o entendimento mútuo. Somente assim será possível superar os desafios desse período de conflito e incerteza.